quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"秋刀魚の味" (O Gosto do Saké) - 1962


Yasujiro Ozu nasceu no bairro de Fukugawa, Tóquio, a 12 de Dezembro de 1903. Aos 20 anos ingressou nos estúdios da Sochiku (na altura ainda a começar) como assistente de câmara e é lá que conhece Mikio Naruse, bem como alguns dos seus futuros colaboradores - Kigo Noda, argumentista, e Hideo Mohara, director de fotografia. Trabalhando como assistente de realização, escritor de "gags" e como argumentista, acaba por realizar, em 1927, o seu primeiro filme (hoje está perdido): "A Espada da Penitência". Faria mais 53 filmes até à sua morte, em 1962, incluindo obras-primas tão maravilhosas como "Eu Nasci, mas...", "Tarde de Outono" e, claro, "O Gosto do Saké":


Porque é entre bares, nas mesas e balcões, e casas e escritórios, que tudo se passa, onde se decidem todas as coisas e se percorre toda a vida - das crises conjugais às familiares, da solidão à morte e da alegria à tristeza, o humor e o drama - tudo isto construído, erigido por uma visão única do Cinema e da própria Vida, "reduzida" às personagens e às pessoas, passando pelas elipses narrativas, pela composição de planos e, claro, pela câmara fixa, por uma mise en scène quase invisível (mas sempre presente) e de uma simplicidade inalcançável.
Ozu é um génio e "Sanma no aji" um dos melhores filmes finais já feitos, seja testamento ou não...

2 comentários:

Álvaro Martins disse...

Sem dúvida, um dos melhores do grande Ozu.

João Palhares disse...

É, sim senhor! Mas os meus preferidos são, mesmo, o "Eu Nasci, Mas..." e o "remake": "Bom Dia"...
Ainda assim todos os filmes que vi dele são obras-primas...