Il Grande Silenzio é, provavelmente, o melhor western spaguetti a par de Once Upon a Time in the West. Anuncia o caos através de planos desoladores (de uma paisagem pouco comum para o western) e de uma triste mas belíssima banda-sonora.
O que o distingue de outros filmes do sub-género é servir-se dos seus temas para propósitos dramáticos (uma história com contornos trágicos) e não para enaltecer um pistoleiro enigmático ou tratar a morte como um jogo que envolve bandidos e caçadores de prémios, de forma mais ou menos leviana.
Não me percebam mal, os códigos do género estão todos lá, há um herói e há um vilão e nunca se duvida por um momento de quem seja qual, o que o eleva é a abordagem, aquela ambiência desencantada, inacessível a qualquer ajuda divina; o branco da paisagem é a concretização formal da temática negra e trágica, o frio, gélido, a da aproximação do mal, Kinski, obviamente, também ajuda - se houve diabo ou criatura diabólica no Oeste, aqui está ela.
É filme da glória artística de Corbucci e não me parece que tenha feito outro tão bom como este aqui, que é filme que um Leone não desdenharia. O último acto é a coisa mais corajosa e audaz que já se fez no género.
E agora, vou por em dia os meus Castellaris.
3 comentários:
é muito bom. Mas o meu spaghetti preferido é 'O mercenário', de Damiano Damiani.
Ainda não vi nem conhecia. É o "A Bullet for the General", não é? A ver se vejo isso...
É esse mesmo. Também é conhecido por 'El Chuncho, quien sabe?'.
É um "western zapata", um sub-sub-género de que eu gosto especialmente :)
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