terça-feira, 31 de maio de 2011


EYES WIDE OPEN

O problema é que deixa de conseguir dizer “não”, o que se revela absolutamente catastrófico.




sábado, 28 de maio de 2011

Não lhes vais dar descanso..








..nunca.

You ain't insane...you have got a brain
You haven't gone lame; you have got your game
Remember...keep the nerve
Keep the nerve
Keep the nerve
Keep the nerve
...I'm talkin' about peace

Message to the Messengers



terça-feira, 24 de maio de 2011

2ª série dos Planos (XII)


I / II / III / IV / V / VI / VII / VIII / IX / X / XI

Uma vez por semana, convido bloggers a escolher um plano e a falar, também, sobre ele. O décimo segundo convidado é o Roberto Acioli de Oliveira, autor dos blogues Cinema Europeu, Cinema Italiano e Corpo e Sociedade, que escolheu o plano do Moloch, desta sequência de Metropolis:





"O cineasta alemão Fritz Lang partiu do Moloch que aparece no épico mudo italiano Cabiria (1914) para criar o seu próprio em Metropolis (1927). Originalmente um deus canaanita cuja adoração incluía sacrifícios humanos, Moloch parece bem uma metáfora do século XX. No final de Metropolis, a solução de todos os problemas está na união entre o capital e o trabalho – é quando o líder dos trabalhadores-escravos concorda em apertar a mão do grande capitalista. Mas alguma coisa me diz que Moloch ainda está por aí. Talvez na China, ou na África, na Europa do euro, ou ainda nos Estados Unidos. Certamente na América Latina! Com todo respeito a Fritz, provavelmente Godard esteja mais próximo da verdade. Em seu Alphaville, Moloch se chama Alfa 60, um supercomputador ao estilo Big Brother. Lemmy Caution, o herói (que não é filho de papai rico como Freder em Metropolis), derrota Alfa 60 com poesia." (Roberto Acioli de Oliveira)

A próxima convidada é a Sabrina Marques.

sábado, 21 de maio de 2011

domingo, 8 de maio de 2011

sábado, 7 de maio de 2011

2ª série dos Planos (XI)


I / II / III / IV / V / VI / VII / VIII / IX / X

Uma vez por semana, convido bloggers a escolher um plano e a falar, também, sobre ele. O décimo primeiro convidado é o Ricardo Lisboa, do Breath Away, que escolheu uma série de planos similares de My Own Private Idaho, de Gus Van Sant (dos minutos 3:44 a 3:58):


Como filmar o sexo entre duas pessoas? Esta é a pergunta.

Para evitar a pornografia ou os facilitismos televisivos, Gus Van Sant (ainda numa fase muito inicial da sua carreia e depois de já ter tratado de tema semelhante em Mala Noche) elaborou uma solução visual totalmente alternativa: se o sexo é (necessariamente) movimento, faça-mo-lo parado.

Van Sant filmou sucessivos planos estáticos dos seus actores,também eles estáticos, em diversas posições sexuais (mais ou menos alternativas). O resultado são cenas que não se tornam voyeristas para o espectador, porque são acima de tudo conceptuais e mais que isso, profundamente cómicas. O pessoal e íntimo é exorcizado daquile que é o acto mais pessoal e íntimo do ser humano; e isso é obra. (Ricardo Lisboa)

O próximo convidado é o Roberto Acioli de Oliveira.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"The Yards" (1999)


The Yards é um portento de filme, prova que as coisas certeiras, as que fazem doer, em cinema, não estão em guiões nem em palavras, mas nos gestos dos Whalbergs, Phoenixs e Therons deste mundo, na encenação do acidente, na gestão sentida de planos, na proximidade acutilante da câmara, na mise en scène.

Não se resolve fazer um filme só porque sim. Se se filma, há uma gravidade imposta, é a responsabilidade de um cineasta. Se aquela família é tudo durante duas horas, não é devido a profissionalismos, a competências e a coisas "bem conseguidas", ou pelo menos não só devido a isso. Não. É a tal lembrança, o tal engenho, a tal sensibilidade. O travelling de James Gray (é o que fica, tem que haver um travelling só dele), fazer colidir todo o caos criativo, todas as ideias, certezas e dúvidas, estória e personagens, num só movimento de câmara.

Antes de começarem os créditos finais, depois da última coreografia do leitmotiv holstiano (há quatro, durante todo o filme, todas com significados e implicações diferentes, e fazem lembrar o que o Cimino fez com Mahler nas cenas-chave de Year of the Dragon) depois do luto, depois do grande plano desse actor enorme que é Mark Whalberg, depois do longo e penoso fade to black; as harpas, o contrabaixo, as cordas, o travelling à frente dos comboios, nas "yards". A delicadeza desse plano, que parece tudo resumir, a consciência e sabedoria impetuosas de quem pôs aquele plano ali, de quem o filmou. Tudo em perspectiva plena. A paixão secreta de Leo e Erika, a figura trágica de Phoenix (a dor e a raiva daquele personagem), a tristeza daquelas duas mães, o olhar dilacerado daquele pai, a humanidade, o não se poder pensar as coisas em termos de bem ou mal. A vida é um acidente terrível.

O talento de um artesão não está em conseguir projectar todas as implicações e dúvidas até ao infinito no fim de um filme, mas em querer fazê-lo, pelas suas personagens e pelo amor que lhes tem.

Isto, a "resolução". Primeiro, e enumero, o regresso de Leo a casa, a um paraíso instável e que, aos poucos, desaba; o encontro no corredor; os olhares que se trocam nesse encontro; um amor impossível; apagam-se as luzes, apaga-se o mundo; as velas e o primeiro prenúncio da tragédia; uma mãe frágil, doente, que quer acreditar que tudo melhorará. Todos querem. Leo é o intruso que vem abalar os alicerces daquela família, é ele que revela todos os "podres", todos os crimes, todos os pecados...

Zero de Scorsese, pouco de Coppola. Eu penso em Minnelli, acima de tudo (Ford e Cimino, também). Em Some Came Running. Sinatra e Whalberg, o mesmo olhar, o mesmo peso às costas, a mesma dor... Theron e MacLaine, o mesmo olhar também, fortíssimas. pilares. frágeis, instáveis... não é possível não as amar durante duas horas...

Phoenix, a figura mais trágica e triste de todo o filme. Depois do inferno se soltar, nas escadas, depois do terramoto, ao volante do carro, a chorar e a estremecer, desalmadamente. O respeito pelo Homem, a câmara nunca o tenta destronar, mas enaltecer, nos altos e nos baixos, na lei e no crime, esteja "certo" ou "errado" (The Yards é um documentário). O tempo, o compasso lento e doloroso dessa cena...

Um filme nuclear do cinema norte-americano...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O mundo das trevas..



The Yards (1999), de James Gray