Uma vez por semana, convido bloggers a escolher um plano e a falar, também, sobre ele. O oitavo convidado é o Luís Mendonça, do CINEdrio, que escolheu o fabuloso plano de abertura de Halloween, de John Carpenter.
"Não vou ser subtil na minha escolha. Se há filme que sabe converter em performance o perverso jogo entre a objectividade vs. a subjectividade cinematográficas então esse filme é "Halloween", magistral exercício de câmara de Carpenter. Cá está um filme "pensado em planos", que vive de uma estrutura ("conceptualizante") assente no que é mostrado dentro e fora da perspectiva de Myers, até ao ponto crítico em que o dentro (subjectivo) e o fora (objectivo) se anulam mutuamente perante a ausência da imagem estável do corpo do vilão ou de um rosto que "humanize" o mal - é isso que procuramos ao longo de todo o filme, como, desde logo, durante este enorme plano-sequência. Esta tensão - entre o eu de Myers, o eu da objectiva e o eu-eu espectador - é a primeira e a última agressão fenomenal da obra-prima de Carpenter." (Luís Mendonça)
O próximo convidado é o Filipe Coutinho.
3 comentários:
Vendo isto outra vez, percebo que tem de haver um trabelling à John Carpenter. O The Ward começa exactamente com um travelling assim ríspido e seco, mais rápido que o normal, "do nada para a acção", o vazio, a desolação. Há planos reminiscentes disto espalhados por toda a obra, no The Thing, no In The Mouth of Madness.. etc
MAS.... mas.... tu já viste o "The Ward"??!?!?
Foi um dos pontos altos da minha estadia em Inglaterra, hehe.
http://cine-resort.blogspot.com/2011/01/ward-2010.html
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