É em "Yolanda and the Thief" (Yolanda e o Vigarista) que Minnelli encontra Tarkovsky e Antonioni (tem que ser). O "corte temporal" dentro do plano, o "lapidar do tempo"...
Não vi o filme a tempo de falar dele no post dos Musicais, mas é hoje o meu filme preferido de Vincente Minnelli e dos meus Musicais preferidos (senão "O").
Os ritmos que nascem do nada e que se prolongam até ao êxtase, o passeio nocturno que demora 1/5 do filme, a divagação (e por isto entenda-se a completa ausência de narrativa - e ninguém precisa de histórias aqui).
Porque Minnelli parece um ilusionista em pleno domínio da sua arte e porque tudo é Fantasia e nada é Fantasia, porque enquanto o vi (e também algum tempo depois de o ver) não conseguia pensar em mais nada (porque me atravessou aquela sensação, aquela frase: "É isto o Cinema, mais nada...). Em mais nada pensei senão nos movimentos da câmara de Minnelli e de como neste filme usou a técnica (iluminação, som...) para manipular o espectador duma maneira mágica e sedutora. O plano sequência é sinónimo de realidade... Pois, aqui Nunca.
O falecido Bénard da Costa (no seu Dicionário do Musical) colocou este filme (junto a "Meet Me in St. Louis", "The Pirate", "Singin In The Rain", "The Band Wagon" e "Brigadoon") no topo, como os pontos máximos do Género.
É Minnelli no seu melhor. O que não é dizer pouco...
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