I / II / III / IV / V / VI / VII / VIII / IX / X / XI / XII / XIII / XIV / XV
Uma vez por semana, convido bloggers a escolher um plano e a falar, também, sobre ele. O décimo sexto convidado é o Miguel Domingues, do In a Lonely Place, que escolheu este plano de Magnificent Obsession, de Douglas Sirk:













"É uma cena que aparenta ser banal. Jane Wyman, recentemente tornada invisual, fala com uma criança na praia. Bonomia, a ceguinha contente, a criança precoce, o sol de Verão. De repente, com um travelling que segue a criança, vemos Rock Hudson, angustiado, fumando, de fato em pleno contexto balnear, alguém que jamais, durante o resto da cena, pensávamos estar ali, ouvindo tudo desde o início.
Escolho este momento de Magnificent Obsession, filme realizado por Douglas Sirk em 1954 essencialmente por um motivo: com um movimento de câmara, Sirk consegue, a um tempo, dar-nos um dado completamente novo e tingir um melodrama exagerado, escapista, de uma alta qualidade estética, trancendendo completamente as limitações do material que tem para filmar.
Bem ou mal, foi sempre assim que vi o Cinema: uma gramática ao serviço da descoberta, a capacidade de vermos um contexto e, com um simples travelling, sermos confrontados com um dado completamente novo. Uma forma de acrescentar mundos ao mundo e de nos dar a conhecer o que não sabíamos antes. Quando assim não for, deixarei de ver filmes." (Miguel Domingues)
O próximo convidado é o Carlos Natálio.
O próximo convidado é o Carlos Natálio.
Sem comentários:
Enviar um comentário